Sinopse: 

A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezessete anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade.



Ray retrata uma sociedade limitada intelectualmente, eles são ensinados desde cedo a não pensarem demais, não questionarem as coisas, a vida, o por quê, como e onde das coisas, elas devem aceitar que as coisas são de determinada forma apenas porque são. As pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TV, onde toda a programação também é controlada fazendo com que as pessoas fiquem acomodadas com suas vidas sem graça, sempre em frente à TV lendo apenas sua programação e roteiros dos programas em que é possível uma - falsa - interação com o programa. Guy Montag é bombeiro. Pense aí, o que os bombeiros geralmente fazem? Agora esqueça, neste livro as casas possuem proteção contra o fogo, ninguém precisa dos bombeiros. Quando o alarme soa eles saem de seus postos de bombeiros não para apagar o fogo, mas para acendê-lo, incendiar bibliotecas, queimar livros, a população não deve atrever-se a ler e os bombeiros estão lá para reprimir os resistentes rebeldes, que continuam vorazes leitores a todo custo. Anos exercendo a profissão e o trabalho nunca inquietou/incomodou Montag, até que ele conhece Clarisse, sua nova vizinha, dezessete anos e boa pensadora, questiona tudo como ninguém. Quando eles se encontram pela primeira vez, ela o intriga muito, lhe faz perguntas e observações que geralmente ninguém faz. Ao pensar no que ela diz, Montag começa a reagir sobre tudo, a questionar. Vê que está infeliz e que grande parte dessa infelicidade vem de como as coisas estão fluindo em sua vida. Clarisse também diz que não vai mais à escola, pois reprimem sua curiosidade e assim, aumentam mais as dúvidas de Montag sobre seu trabalho, e qual o motivo de fazer o que fazem, de queimarem os livros, o que tem de tão ruim que precisam acabar. A descrição de Ray de como esse regime totalitário afeta as pessoas é muito bem expressa, nos faz pensar sobre o assunto. Chama muito atenção a alienação da esposa de Montag, Mildred. Ela possue como prioridades somente a TV, ou melhor as TVs, são três e elas ocupam três das quatro paredes da mesma sala, para ela está futilidade faz com que sua interação com os programas seja mais "real", inclusive o contato com a família também bastante alienada. O medo que ela seente de questionar e mudar sua realidade é bem evidente. Seu diálogo com as amigas é deprimente para qualquer pensador. Tanto Montag quanto Mildred já não conseguem dizer como se conheceram, e o pior se ainda se amam ou apenas se toleram. É chocante as vezes, como quando alguns leitores que são descobertos decidem morrer junto com seus livros e o sangue frio dos bombeiros nessas situações é revoltante, pense quão totalmente oposto é o trabalho, do que estamos acostumados a saber que bombeiros exercem. Numa dessas ocasiões Montag rouba um dos livros e também começa a pensar seriamente em deixar a profissão. Utilizando-se das armas que lhe estão disponíveis, e da ajuda de Faber, que antigamente era professor de, eles procuram encontrar uma forma de acabar com esse caos total. Mesmo que isso custe entregar seus companheiros "mais que distantes" de trabalho e seu chefe, capitão dos bombeiros (que sabe mais do que tem aparentado saber sobre livros e que já tentou lhe fazer, voltar a aceitar a situação, sem questionar), Montag está disposto a se arriscar. Suas ações o deixam em apuros, e ocorrem algumas grandes reviravoltas, mas ele vê que ainda há esperança para o futuro, só que as coisas levarão um pouco mais de tempo do que o que ele esperava, e ainda mais após os bombardeios da guerra que acabaram com parte da cidade e deixarão as mudanças um pouco mais lentas. Há então, muita reflexão. É ótima leitura!

Um Comentário

  1. Que bom que gostou da resenha Nicole. Leia sim, tenho certeza de que irá amar o livro.

    Adorei seu blog viu ;)

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