Sinopse: 

Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.





Já vou começar dizendo que não li “Uma canção de ninar”, muito pelo contrário, foi ele quem me leu. Terminei a leitura faz exatamente duas semanas e não conseguia resenhá-lo tamanho era o grau de semelhança que tive com a protagonista. Sério, há muito tempo não lia um livro do qual me identificasse tanto com absolutamente tudo.
A história é narrada em primeira pessoa de acordo com a perspectiva de Remy, uma garota jovem e divertida, mas completamente cética quando o assunto é amor. Porém, Remy tem seus motivos. Ter sido abandonada pelo próprio pai, que era músico, quando ainda era um bebê e que antes de morrer deixou apenas uma canção como herança e, presenciar sua mãe, que é escritora e delega a ela grandes responsabilidades, além de viver passando por sucessivos e fracassados casamentos, fez com que nossa protagonista desacreditasse que o tal amor realmente exista.
Acabando o ano escolar e pronta para começar a vida adulta, Remy termina com o namorado e começa a aproveitar os seus últimos meses e o resto do verão, antes de partir para Stanford. Até que um dia cruza com Dexter, um jovem músico, magricela, cheio de humor, diferente de todos os garotos com quem já se relacionou e de todos os mocinhos de livro que já li, mas que consegue em pouquíssimo tempo virar de cabeça pra baixo, não só a vida de Remy, mas a de nós leitores também.
No começo era para ser só mais um simples namoro de verão. Entretanto, com o passar dos dias, Remy começa a se sentir cada vez mais confortável na presença de Dexter a ponto de começar a rever seus conceitos e a se questionar o que seria esse “algo” que ela vem sentindo por ele.
O relacionamento entre ambos é um tanto inesperado. Remy é mais contida e Dexter se entrega de corpo e alma. Ela é pessimista e ele otimista. Ela é mais pé no chão e ele um sonhador nato. Remy é a razão em pessoa e Dexter pura emoção. São completamente o oposto um do outro, o que só faz a história ser ainda mais interessante e surpreendente.
Além da bela construção dos protagonistas, Sarah Dessen, também criou personagens secundários maravilhosos. O grupo de amigas de Remy, por mais que se desentendam por motivos desnecessários, quando preciso são super unidas. Já a banda de Dexter, não tenho nem palavras para descrever o quanto os amei, os meninos foram responsáveis por me renderem muitas risadas, principalmente quando compunham canções sobre batatas.
A autora aborda o tema amor com suavidade e sutileza, juntamente com um desfecho maravilhosamente perfeito que nos faz ter esperanças no poder transformador do amor. Em minha opinião, Sarah só provou mais uma vez que seus livros são muito mais do que romances, são ensinamentos para se levar para a vida.
Em um contexto geral, “Uma canção de ninar”, assim como um bom YA, tece um romance cheio de dilemas comuns. É profundo por se tratar de assuntos da vida. Fala sobre desafios que nos são impostos diariamente, sobre as incertezas, nosso ciclo de amizade, incluindo também a temática familiar. O livro nos traz diversos questionamentos e reflexões, nos ensinando a nunca se fechar para o mundo e entender que tudo não passa de aprendizado.

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