Sinopse: 

Não é normal desejarmos alguém que nos atormenta. Quando meu meio-irmão, Elec, se mudou para nossa casa, eu não estava preparada para lidar com um cara tão idiota. Odiei o fato de ele ter descontado sua raiva em mim porque não queria estar aqui. Odiei ele ter trazido garotas da escola para seu quarto. Mas o que mais odiei foi o modo indesejável que meu corpo reagia a ele. A princípio, pensei que tudo o que ele tinha a seu favor era o corpo musculoso e tatuado e o rosto perfeito. Mas as coisas começaram a mudar entre nós, e tudo teve um desfecho em uma noite inesquecível. No entanto, do mesmo modo que Elec entrou na minha vida, logo voltou para a Califórnia. Passaram-se anos desde a última vez que o vi. Quando a tragédia atingiu nossa família, tive que encará-lo novamente. E, diabos, o adolescente que me deixou louca se tornou o homem que destruiu o resto de sanidade que havia em mim. Senti que meu coração estava prestes a ser partido. De novo.


A primeira vista pode ser que o livro não os interesse, assim como não me interessou. Afinal o nome não é muito encantador, e o titulo do mesmo em inglês (Stepbrother Dearest) é muito mais convidativo, mas garanto-lhes que é uma história maravilhosa, assim como todas as outras escritas por Penelope Ward.
“Meu Querido Meio-Irmão” é dividido em duas partes: a primeira sendo o período em que se conheceram ainda adolescentes e a segunda quando já são adultos. Ambas as partes são narradas em primeira pessoa pela protagonista.
Greta Hansen é uma adolescente com seus 17/18 anos e vive em Boston, com sua mãe Sarah e seu padrasto Randy. A jovem não sabe muito sobre o primeiro casamento de Randy, mas sabe que ele tem um filho da mesma idade que ela e que além de ser encrenqueiro, irá passar uma temporada com eles.
Elec O'Rourke é um rapaz complicado, adora fumar, é encorpado (gostoso mesmo), cheio de tatuagens e piercings, tem sérios problemas com o pai e é rude com todos da família. No entanto, Greta se vê extremamente atraída por ele e quando consegue conquistar o coração de Elec, percebe que ele não é tão terrível quanto achava que fosse. Infelizmente em uma determinada noite, quando atingem o limite da atração, tudo muda e Elec é obrigado a voltar para California de forma abrupta, levando com ele o pobre coração de nossa protagonista.
Sete anos se passaram e cada um construiu sua vida longe um do outro. Greta terminou um noivado, se formou e mudou-se para Nova Iorque. Já Elec, além de conselheiro, trabalha com crianças carentes na California e namora Chelsea, uma mulher tão incrível que até mesmo quando queremos sentir raiva dela não conseguimos.
Houve um contratempo e os dois precisam retornar à Boston. Ao se reencontrarem o sentimento que até então tinha sido esquecido, fica evidente que ainda existe. Os dois terão uma oportunidade de passarem uma noite juntos, em consideração àquela velha amizade que construíram anos atrás. Mas como é um livro de Penelope Ward que estamos falando, as coisas tendem a serem mais complicadas e outra despedida será inevitável, assim como o sentimento que possuem um pelo outro, nos questionando se finalmente ficarão juntos ou se o destino mais uma vez, irá impedi-los de se darem uma chance.
Sei que parece clichê e em alguns momentos até é, mas acredito que isso é um dos motivos para o livro ser tão bom. E enquanto acompanhamos o desenrolar do casal, o leitor observa também o terrível, delicado e complexo relacionamento de Randy e Elec. É triste de ver que problemas originados por gerações passadas, fizeram com que o relacionamento entre pai e filho fosse repleto de mágoas e ressentimento.
A obra tem uma escrita fluida e leve. É cheia de perguntas, que serão respondidas ao longo do livro, mas que apenas ficarão claras no final. Os personagens são bem construídos, na primeira parte podemos ver que são meio imaturos, já na segunda é totalmente notável o quanto amadureceram, sem contar que são pra lá de apaixonantes, principalmente Elec, que já conseguiu entrar para minha listinha de favoritos. Os diálogos são ótimos e a interação entre os dois, me renderam muitas risadas, não tem como não se encantar com esse casal, com as mensagens de textos que trocam e principalmente com os anagramas inventados por Elec.
A autora conduz a história de forma simples, nos levando a uma explosão de emoções. O enredo tem a dose certa de drama, romance e humor e em momento algum tive vontade de largar o livro, é simplesmente envolvente demais, uma história cativante que nos prende do inicio ao fim.
Obs.: “Meu Querido Meio-Irmão” tem um spin-off, nomeado “Neighbor Dearest”, que infelizmente não tem previsão de lançamento aqui no Brasil, mas do qual já li e logo mais resenharei também.

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